domingo, 12 de agosto de 2012

Os Furos do Batman


Este é um blog sobre quadrinhos, e eu procuro não fugir do tema.  De toda forma, o novo filme do Batman está gerando tanta discussão que resolvi escrever alguma coisa a respeito.  Afinal, não é como se eu estivesse escrevendo sobre culinária ou mecânica de motos.
Gostei do filme, mas ele é mesmo cheio de furos.  Há vários sites apontando pontos delicados do roteiro, e eu mesmo fiquei remoendo algumas questões enquanto estava no cinema. Resolvi reunir aqui alguns dos pontos mais interessantes.

  1. Como Bruce Wayne lesionou a perna?  Notem que, no início do filme, ele mal consegue andar, mesmo contando com tudo o que a medicina poderia oferecer a um homem rico.  Seja qual fosse a lesão, ela foi facilmente corrigida com uma espécie de atadura biônica - que, por sinal, só aparece uma vez.
  2. Um avião da CIA não consegue detectar um avião inimigo em plena luz do dia?  Mesmo que fosse um avião com tecnologia stealth, que o tornasse invisível ao radar, era DIA!
  3. Como Bruce Wayne voltou para Gotham?  A cidade estava tomada por terroristas e cercada pelo Exército; as pontes estavam destruídas; a água estava congelada (o que impedia o uso de barcos) e não estava sólida o suficiente para que alguém andasse sobre ela (como o filme faz questão de mostrar).  Além disso, Bruce estava sem um centavo, em outro país, vivendo nas piores condições possíveis. 
  4. Bruce usou gasolina ou alguma outra substância inflamável para pintar um morcego gigante no altíssimo arco de uma das pontes de acesso a Gotham.  Dá pra imaginá-lo subindo e descendo com pincéis e dezenas de latas de gasolina sem ninguém perceber?
  5. Por que diabos o comissário Gordon mandou TODOS os policiais de Gotham para os subterrâneos?  Ele não imaginava que algum policial poderia ser necessário para – digamos – interromper um assalto?
  6. A valorosa polícia de Gotham, após meses soterrada, decide marchar de peito aberto diante de veículos blindados e armamento pesado dos bandidos.   Não haveria outra estratégia melhor?
  7. Batman consegue escapar dos policiais decolando com o VEÍCULO MAIS BARULHENTO DO MUNDO, que estava pacificamente estacionado em algum lugar.  Como ele tinha conseguido pousar aquela tralha numa via pública sem ninguém perceber? 
  8. O VEÍCULO MAIS BARULHENTO DO MUNDO, uma verdadeira maravilha tecnológica, estava com problemas em algo trivial como um piloto automático?
  9. Por que havia uma corda no poço da prisão?  E já que havia, por que o prisioneiro precisava escalar até aquela altura para, só então, tentar o salto decisivo?  Não seria mais simples ser içado até lá? 
  10. Bruce Wayne deveria ser pelo menos tão famoso quanto Bill Gates.  Ainda assim, ninguém achou estranho quando ele aparece num café italiano - mesmo depois de ser dado como morto?  
  11. Por que Talia e Bane queriam morrer?  E principalmente: por que Talia queria tanto fazer a vontade de seu pai, destruindo Gotham, se ela o odiava?
O mais estranho é que eu gostei mesmo do filme.

A Internet está cheia de comentários parecidos com estes.  Considerem esta postagem como uma mera coletânea do que existe por aí (ampliada por contribuições minhas).
Quem quiser ler uma boa página em inglês, veja esta: http://movieplotholes.com/the-dark-knight-rises.html

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Frank Castle

O personagem conhecido em português como Justiceiro é possivelmente um dos maiores psicopatas dos quadrinhos.  Ele parece não ter limites: nenhum tipo de atrocidade está fora de cogitação quando se trata de Frank Castle.   Ao contrário de Batman, que jurou nunca matar, o Justiceiro é uma fera solta nas ruas.  As capas dizem bastante.
 

 




 
É verdade que o Justiceiro somente persegue bandidos da pior espécie, mas o irônico é que ele mesmo é tão violento e descontrolado quanto suas vítimas - e isso dá o que pensar.
De qualquer forma, Batman tem um código moral mais rígido.  Se os dois fossem candidatos a algum cargo eletivo, eu votaria no mascarado de Gotham City.


sábado, 4 de agosto de 2012

Tributo a Chewbacca

Entre abril e julho de 2000, foi publicada nos Estados Unidos a minissérie Star Wars: Chewbacca, em quatro edições.  Depois, em janeiro de 2001, a coleção foi lançada num único volume encadernado e com prefácio de Peter Mayhew, o ator que interpretou Chewbacca nos filmes da série.


Capa da edição encadernada
(idêntica à do n°1, de abril de 2000)
O roteiro é do croata Darko Macan, indicado duas vezes para o prêmio Eisner (por Grendel Tales: Devils and Deaths e Prayer to Sun).  Macan também já escreveu para os títulos Hellblazer e Cable, entre outros.

A minissérie contou com vários ilustradores muito bons, como Brent Anderson (que ilustrou X-Men e foi um dos criadores de Astro City) e Dave Gibbons (o ilustrador de Watchmen).

A trama é interessante, e trata do que ocorreu após a morte de Chewbacca no livro Vector Prime, de R. A. Salvatore.   Nesse livro, um vilão fez com que a lua do planeta Serpidal colidisse com o solo, causando grande destruição.  Chewbacca morreu na catástrofe.

Na minissérie, R2-D2 e C3-P0 estão entrevistando pessoas (e criaturas diversas) que conheceram Chewie. Entre os entrevistados encontram-se amigos como Leia, Lando Calrissian, Luke e Han Solo, cada qual contribuindo com uma recordação do finado.  

É uma minissérie surpreendentemente boa, se querem saber.

Pode-se argumentar que os quadrinhos da linha Star Wars são escritos para fazer dinheiro.  Bem, o que dizer de Superman, Batman e X-Men?  São sempre escritos por amor à arte?

Star Wars: Chewbacca é um bom trabalho: o roteiro é interessante e as ilustrações são muito boas – pelo menos a maioria delas.  Vale a pena conferir.


N°2 (maio de 2000)
N° 3 (Junho de 2000)
  
N°4 (Julho de 2000)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Aranhamóvel


Não quero ficar avacalhando as histórias em quadrinhos que eu tanto aprecio, mas existem coisas que merecem comentários.  Um desses casos infames é o do Aranhamóvel - que, de tão ridículo, envergonhou até o próprio personagem.

Na história, a fábrica de carros Corona ofereceu-se para patrocinar o Homem-Aranha se o herói aceitasse utilizar um veículo com o novo motor desenvolvido pela empresa.  Peter Parker, sempre precisando de dinheiro, aceitou a ideia e projetou o carro com a ajuda de Johnny Storm, do Quarteto Fantástico.  Com isso, surgiu o mais polêmico automóvel dos quadrinhos: aquele bugre que parece saído de uma história ruim do Mickey.  Reparem nas calotas com a cara do Aranha...

The Amazing Spider-Man n° 130 (março de 1974).
Ainda bem que o carro não foi definitivamente incorporado ao conjunto de equipamentos do aracnídeo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Batman Zebra e Companhia

Nosso amigo Batman já passou por poucas e boas desde que foi criado por Bob Kane e Bill Finger em 1939. 
Ainda criança, Bruce Wayne testemunhou o assassinato de seus pais.  Daí para frente, sua vida foi um rosário de contratempos.  Dentre outras desgraças, foi deixado paraplégico no confronto com Bane (Batman n°497, nos EUA) e enviado para a Pré-História pelo vilão Darkseid em Crise Infinita (2008-2009, nos EUA).  Como se não bastasse, atraiu a má-sorte para seus amigos, como Jason Todd (o segundo Robin), que morreu na edição americana de Batman n°428 (1988), e Barbara Gordon (a Batgirl) que ficou paraplégica após ser ferida pelo Coringa no clássico A Piada Mortal (1988).
Apesar de tantas tragédias, Bruce Wayne já passou por situações tão inusitadas que chegam a ser cômicas.  Casos como o do Batman Zebra e do Bat-Baby são bons exemplos.


E isso não foi tudo: o vigilante mascarado já posou de peão boiadeiro, foi apagado por um homem-borracha...



...e contou com a ajuda de um Bat-Cão e de um Bat-Macaco!




Seja como for, nada parece abalar o prestígio de Batman.  Alguma coisa no personagem nos faz querer sempre mais, não importa o que possa ocorrer.  Pelo menos, tem sido assim desde que o Cavaleiro das Trevas deu as caras pela primeira vez no número 27 da revista Detective Comics em maio de 1939.


Sugestões de leitura:

A PIADA MORTAL - Com roteiro do genial Alan Moore, essa história clássica marcou época.

MORTE EM FAMÍLIA - Arco de histórias envolvendo a morte de Jason Todd.

O CAVALEIRO DAS TREVAS - Obra magistral de Frank Miller que mostra um Batman mais velho. 

BATMAN: ANO UM  - Obra magistral de Frank Miller que mostra um Batman mais jovem.

CACOFONIA - Roteiro do cineasta Kevin Smith, fã inveterado de Batman.  Ilustrado por Walter Flanagan, que trabalha na loja de quadrinhos de Smith e participa da série Comic Book Men.