Matt Murdock, o Demolidor (criado em 1964 por Stan Lee e Bill Everet com contribuições de Jack Kirby) é, provavelmente, o super-herói mais azarado da história.
Dentre diversos contratempos, ele ficou cego quando era criança, na mesma época em que seu pai foi assassinado; duas de suas namoradas foram assassinadas (Elektra e Karen Page); sua esposa, Milla Donovan, foi internada num hospital psiquiátrico; Matt foi preso; teve sua identidade secreta revelada; perdeu sua habilitação para exercer a advocacia; foi possuído por um demônio e por aí vai.
Como disse um amigo meu, Murdock deveria escrever um livro de auto-ajuda, daqueles que contam histórias de superação.
Leituras recomendadas:
Biblioteca Histórica Marvel: Demolidor - Volume 1
Traz as primeiras histórias do personagem.
Demolidor: O Homem sem Medo
Escrito por Frank Miller com desenhos de John Romita Jr.
Demolidor: O Diabo da Guarda
Uma das histórias mais famosas do personagem. Escrita pelo cineasta Kevin Smith, tornou-se cult.
Os Maiores Clássicos do Demolidor (4 volumes)
Reúnem a fase de Frank Miller.
Demolidor: A Queda de Murdock
Um clássico de Frank Miller e David Mazzucchelli
Demolidor: O Renascimento
Arco em 4 partes publicado em Universo Marvel entre os números 21 e 24 (janeiro a abril de 2012).
domingo, 29 de julho de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Alan Moore, o mago dos quadrinhos
Quando se
fala em Alan Moore, a discussão pode tomar diversos rumos, mas um ponto é
pacífico: trata-se de um dos roteiristas mais importantes de todos os
tempos. Infelizmente, muita gente só
tomou contato com sua obra por meio das adaptações cinematográficas – que ele
próprio detesta. Filmes como A Liga Extraordinária (2003), Constantine (2005), V de Vingança (2005) e Watchmen
(2009) podem ter feito sucesso, mas Moore não gosta que seus trabalhos
sejam adaptados para o cinema – tanto que seu nome não aparece nos créditos de Watchmen e foram retirados dos créditos
de V de Vingança.
Capa da edição encadernada de A Liga Extraordinária - Volume I.. |
Constantine merece um capítulo a
parte. O personagem foi criado por Moore
na época em que escrevia a revista O
Monstro do Pântano, e aparece naquele título como coadjuvante. Devido ao sucesso, o personagem ganhou um
título próprio: a revista Hellblazer, e desde então teve vários roteiristas. Nos quadrinhos, John Constantine é um inglês louro. No cinema, é um
americano moreno. O filme
só não chega a ser totalmente ruim porque não pretende ser a adaptação de uma
obra específica, mas apenas uma nova
aventura do personagem (embora contenha elementos que apareceram nos quadrinhos,
como no arco de histórias intitulado Dangerous
Habits).
Watchmen, por outro lado, é uma adaptação excepcionalmente fiel. Apenas um aspecto do final da história foi modificado, mas sem alterar a conclusão do filme. Ainda assim, Moore não quis que seu nome aparecesse nos créditos.
Ele não foi o único escritor a mostrar que os quadrinhos podem ser uma mídia séria, mas sem dúvida foi um dos que obteve maior sucesso nessa empreitada. Já que ele se interessa por magia, não é de se estranhar que tenha se tornado um mago na arte sequencial.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Space Family Robinson
Em 1719, Daniel Defoe publicou o romance Robinson Crusoe, com a famosa história de um náufrago que sobrevive numa ilha deserta.
Quase um século depois, em 1812, foi publicado o livro Der Schweizerische Robinson, de Johann David Wyss. Conhecido em português como Robinson Suíço, o livro conta a história de uma família de náufragos suíços que passa a viver numa ilha.
Cotinuando essa sequência, em 1962 - portanto, 150 anos depois da publicação de Der Schweizerische Robinson - a editora Gold Key publica o primeiro número da revista em quadrinhos Space Family Robinson - numa clara homenagem ao livro de Wyss, conhecido em inglês como Swiss Family Robinson.
A história não parou por aí. Em 1965, o produtor de TV Irwin Allen, criador de séries como Planeta de Gigantes e Túnel do Tempo, criou a clássica série Perdidos no Espaço, narrrando as aventuras de uma certa famíla Robinson em suas loucas viagens pelo cosmos.
De forma a evitar disputas judiciais, Allen e a emissora CBS entraram em acordo com o grupo Western Publishing, que controlava a Gold Key Press. Ficou acertado que a editora não antagonizaria a emissora e, em troca, passaria a usar o subtítulo "Lost in Space" na revista. O acordo deve ter sido relativamente vantajoso para ambas as partes, já que a popularidade do seriado deve ter favorecido as vendas dos quadrinhos, e não se falou em plágio.
A publicação foi até o número 36, encerrando-se em outubro de 1969. Houve uma continuação a partir de 1973 - que, respeitando a numeração original, começou no número 37. Após um novo cancelamento, a série foi reaberta em 1981, encerrando-se no n° 59 (sempre de acordo com a numeração original).
Para alegria dos colecionadores e saudosistas, em 2011, a Dark Horse começou a lançar edições encadernadas - sendo que o volume 1 contem os sete primeiros números da revista.
As histórias são relativamente ingênuas para os parâmetros atuais, mas são satisfatórias se forem lidas com o estado de espírito adequado.
No prefácio da primeira edição encadernada, Scott Shaw conta uma história interessante. O grupo Western publicava as revistas em quadrinhos da Disney, onde Carl Barks escrevia e desenhava algumas das histórias mais inteligentes, engraçadas e bem ilustradas do mundo. Barks criou o Tio Patinhas, a Maga Patalógica e diversos outros personagens, e seus quadrinhos agradavam leitores de todas as idades. Um dia, o grande artista procurou o editor Chase Craig dizendo que não conseguia mais escrever histórias de aves falantes, e sugeriu uma trama semelhante à do livro Robinson Suíço, só que ambientada no espaço, envolvendo uma famíla que morava numa estação espacial. Craig sabia que Barks valia ouro e convenceu-o a continuar escrevendo as histórias Disney, e tudo ficou como estava. Não se sabe se, posteriormente, Craig contou a mais alguém sobre a história sugerida por Barks. É possível que o tema estivesse no ar, no inconsciente coletivo. Jamais saberemos. O fato é que Del Connell e Dan Spiegle são creditados como os criadores da revista, e Irwin Allen é tido como o criador da série Perdidos no Espaço - que, por sinal, é uma das minhas séries preferidas.
Quase um século depois, em 1812, foi publicado o livro Der Schweizerische Robinson, de Johann David Wyss. Conhecido em português como Robinson Suíço, o livro conta a história de uma família de náufragos suíços que passa a viver numa ilha.
Cotinuando essa sequência, em 1962 - portanto, 150 anos depois da publicação de Der Schweizerische Robinson - a editora Gold Key publica o primeiro número da revista em quadrinhos Space Family Robinson - numa clara homenagem ao livro de Wyss, conhecido em inglês como Swiss Family Robinson.
A história não parou por aí. Em 1965, o produtor de TV Irwin Allen, criador de séries como Planeta de Gigantes e Túnel do Tempo, criou a clássica série Perdidos no Espaço, narrrando as aventuras de uma certa famíla Robinson em suas loucas viagens pelo cosmos.
De forma a evitar disputas judiciais, Allen e a emissora CBS entraram em acordo com o grupo Western Publishing, que controlava a Gold Key Press. Ficou acertado que a editora não antagonizaria a emissora e, em troca, passaria a usar o subtítulo "Lost in Space" na revista. O acordo deve ter sido relativamente vantajoso para ambas as partes, já que a popularidade do seriado deve ter favorecido as vendas dos quadrinhos, e não se falou em plágio.
A publicação foi até o número 36, encerrando-se em outubro de 1969. Houve uma continuação a partir de 1973 - que, respeitando a numeração original, começou no número 37. Após um novo cancelamento, a série foi reaberta em 1981, encerrando-se no n° 59 (sempre de acordo com a numeração original).
Para alegria dos colecionadores e saudosistas, em 2011, a Dark Horse começou a lançar edições encadernadas - sendo que o volume 1 contem os sete primeiros números da revista.
As histórias são relativamente ingênuas para os parâmetros atuais, mas são satisfatórias se forem lidas com o estado de espírito adequado.
No prefácio da primeira edição encadernada, Scott Shaw conta uma história interessante. O grupo Western publicava as revistas em quadrinhos da Disney, onde Carl Barks escrevia e desenhava algumas das histórias mais inteligentes, engraçadas e bem ilustradas do mundo. Barks criou o Tio Patinhas, a Maga Patalógica e diversos outros personagens, e seus quadrinhos agradavam leitores de todas as idades. Um dia, o grande artista procurou o editor Chase Craig dizendo que não conseguia mais escrever histórias de aves falantes, e sugeriu uma trama semelhante à do livro Robinson Suíço, só que ambientada no espaço, envolvendo uma famíla que morava numa estação espacial. Craig sabia que Barks valia ouro e convenceu-o a continuar escrevendo as histórias Disney, e tudo ficou como estava. Não se sabe se, posteriormente, Craig contou a mais alguém sobre a história sugerida por Barks. É possível que o tema estivesse no ar, no inconsciente coletivo. Jamais saberemos. O fato é que Del Connell e Dan Spiegle são creditados como os criadores da revista, e Irwin Allen é tido como o criador da série Perdidos no Espaço - que, por sinal, é uma das minhas séries preferidas.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Flash Gordon
Desde sua criação em 1934, o aventureiro espacial Flash Gordon teve uma longa carreira nas tirinhas de jornal, nos quadrinhos, no cinema, no rádio e na TV. Muitos ilustradores competentes contribuíram para a glória de Flash, incluindo o ótimo Al Williamson, mas ninguém foi tão espetacular como Alex Raymond (1909-1956), o criador do personagem. Seu traço altamente acadêmico chega a lembrar pintores como Rembrandt ou Michelângelo; os equipamentos futuristas (para os anos 30, claro) eram convincentes, e os cenários eram deslumbrantes.
Lembro-me de ter visto um álbum de Flash Gordon exposto na vitrine de uma livraria quando tinha uns 11 ou 12 anos. Era um daqueles em formato gigante, editado pela Ebal em preto e branco e com capa dura. Na época, senti que estava diante de algo extremamente importante. Não me ocorreu de pedi-lo aos meus pais, e até hoje não entendo o motivo – talvez achasse que estivesse além do que eu estava merecendo naqueles dias.
Levei mais de 20 anos para comprar um daqueles álbuns, e foi logo o primeiro da série: Flash Gordon no Planeta Mongo, que reúne as páginas dominicais originalmente publicadas em 1934 e 1935. A edição brasileira era de 1973 – poucos anos mais nova do que eu.
A falta da cor não prejudicou em nada minha apreciação daquela arte incrível. O único problema de ler esses volumes que reúnem suplementos dominicais é o grande número de repetições: quase sempre, o primeiro quadrinho de uma página traz uma recapitulação do que ocorreu na página anterior (que você acabou de ler), o que se torna cansativo. Por outro lado, temos a vantagem de não precisar esperar uma semana para saber como Flash escapou do último perigo.
Edições à parte, um fato permanece inalterado: Flash é o herói definitivo. Era musculoso (mas não em exagero), corajoso e hábil em todo tipo de atividades: lutava com espadas, disparava pistolas de raios, pilotava espaçonaves e comandava exércitos com naturalidade. Tamanha perfeição pode ser inverossímil e até irritante, mas não nele.
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