Quando se
fala em Alan Moore, a discussão pode tomar diversos rumos, mas um ponto é
pacífico: trata-se de um dos roteiristas mais importantes de todos os
tempos. Infelizmente, muita gente só
tomou contato com sua obra por meio das adaptações cinematográficas – que ele
próprio detesta. Filmes como A Liga Extraordinária (2003), Constantine (2005), V de Vingança (2005) e Watchmen
(2009) podem ter feito sucesso, mas Moore não gosta que seus trabalhos
sejam adaptados para o cinema – tanto que seu nome não aparece nos créditos de Watchmen e foram retirados dos créditos
de V de Vingança.
Capa da edição encadernada de A Liga Extraordinária - Volume I.. |
Constantine merece um capítulo a
parte. O personagem foi criado por Moore
na época em que escrevia a revista O
Monstro do Pântano, e aparece naquele título como coadjuvante. Devido ao sucesso, o personagem ganhou um
título próprio: a revista Hellblazer, e desde então teve vários roteiristas. Nos quadrinhos, John Constantine é um inglês louro. No cinema, é um
americano moreno. O filme
só não chega a ser totalmente ruim porque não pretende ser a adaptação de uma
obra específica, mas apenas uma nova
aventura do personagem (embora contenha elementos que apareceram nos quadrinhos,
como no arco de histórias intitulado Dangerous
Habits).
Watchmen, por outro lado, é uma adaptação excepcionalmente fiel. Apenas um aspecto do final da história foi modificado, mas sem alterar a conclusão do filme. Ainda assim, Moore não quis que seu nome aparecesse nos créditos.
Ele não foi o único escritor a mostrar que os quadrinhos podem ser uma mídia séria, mas sem dúvida foi um dos que obteve maior sucesso nessa empreitada. Já que ele se interessa por magia, não é de se estranhar que tenha se tornado um mago na arte sequencial.
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