Com o lançamento da série de TV, a saga de Rick Grimes foi levada a uma plateia ainda maior. Por sinal, os produtores do seriado foram brilhantes ao decidir fazer uma adaptação que não segue passo a passo a narrativa dos quadrinhos: assim, os leitores têm surpresas quando assistem aos episódios, e os telespectadores se surpreendem ao ler as revistas. Só lamento que muitas das pessoas que acompanham a versão televisiva não tenham se interessado em ler o material original.
De qualquer maneira, o interessante (em ambas as versões) é que os zumbis têm um papel secundário, pois o que é realmente importa é o drama humano: as relações entre os personagens e seu comportamento numa época de desespero.
Gosto muito dos textos de Kirkman e do trabalho da equipe de arte: Charlie Adlard (desenhos, arte-final e capas) e Cliff Rathburn (tons de cinza). Minha única crítica é que as histórias, por vezes, descambam para o que chamo de “pornografia da violência” – ou seja: longas sequências de violência, como a vingança de Michone contra o Governador (The Walking Dead n°33). A meu ver, não havia necessidade de mostrar, passo a passo, a mutilação do sujeito. Sequências assim se repetem ocasionalmente e me parecem uma tentativa de atrair leitores que precisam desse tipo de estímulo - mas isso não tira o mérito dessa excelente obra em quadrinhos. Cada edição é impossível de largar antes do final.
No Brasil, o leitor tem duas opções: os encadernados que reúnem diversos números, publicados com o título Os Mortos-Vivos; e as revistas mensais, que mantêm o nome em inglês (The Walking Dead). Como as histórias têm sequência, o leitor deve começar, preferencialmente, da revista número 1 ou do primeiro encadernado, que reúne os primeiros números.
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