A confusa cronologia das histórias em quadrinhos pode desanimar novos leitores. São tantas reviravoltas no decorrer dos anos que fica difícil saber onde estamos pisando: personagens morrem e voltam, cidades são destruídas e reconstruídas e universos inteiros são reorganizados.
Além disso, é comum que as histórias façam constantes referências a fatos ocorridos em edições anteriores, ou até em outros títulos. Para complicar ainda mais, praticamente todas as histórias formam "arcos": longas sagas dividas em capítulos. Felizmente, as revistas incluem um resumo do que já aconteceu nos números anteriores, mas mesmo assim o leitor novato pode ficar com dúvidas
Por isso tudo, fiquei me perguntando: "se alguém quisesse começar a ler uma revista de super-heróis, qual seria a história ideal?"
A meu ver, no caso do homem-morcego, essa história seria “Silêncio”.
Trata-se de um arco publicado nos Estados Unidos de dezembro de 2002 a setembro de 2003 na revista Batman.
No Brasil, saiu de agosto de 2003 a julho de 2004 na revista Batman da editora Panini, e numa edição
encadernada, em 2006.
O
roteiro é do aclamado Jeff Loeb, de Batman: Dia das Bruxas, Demolidor:
Amarelo, Hulk: Cinza e Homem-Aranha: Azul. A trama é bem construída e aproveita praticamente todos os elementos importantes da
mitologia do Batman até aquele momento.
O elenco de personagens é enorme: entre os vilões, temos Hera Venenosa,
Crocodilo, Coringa, Charada, Duas-Caras, Arlequina, Ra's Al Ghul, Cara-de-Barro,
Mulher-Gato e Espantalho. Entre os
heróis, Superman, Alan Scott (o Lanterna Verde da Era de Ouro) e até Krypto, o
super-cão.
Os
desenhos são do mega-astro Jim Lee – possivelmente um dos desenhistas mais
famosos e influentes das últimas décadas.
Não sou grande fã de seu estilo (e sou minoria, provavelmente), mas ele
fez um ótimo trabalho em Silêncio: Gotham está mais sombria e chuvosa do que
nunca, com becos escuros e dirigíveis ancorados em arranha-céus.
A
arte-final é de Scott Williams, que já trabalhou em X-Men, Superman, Grandes Astros: Batman e Robin, entre
outros.
Existem
duas boas edições importadas: uma “normal”, e outra intitulada Hush: Unwrapped, que apresenta os
desenhos a lápis de Jim Lee sem colorização e sem arte-final. As únicas cores são dos textos ou dos efeitos
sonoros. A
edição “normal” é muito mais bonita e permite uma maior imersão do leitor na
história, mas é bastante interessante ler a Unwrapped num segundo momento.
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