Maio de 1963: estreia de Nick Fury. |
Quando comecei a acompanhar as aventuras de Nick Fury, ele
tinha cabelo grisalho, tapa-olho, roupa colante, patente de coronel e viva na
época atual. Era, portanto, diferente do
conceito original dos mestres Stan Lee e Jack Kirby.
Em sua estreia na revista Sgt. Fury and His Howling Commandos (maio de 1963), o herói era um
sargento em ação na Segunda Guerra Mundial.
Tinha cabelos castanhos, enxergava bem com os dois olhos e,
naturalmente, vestia-se como um sargento comum.
A aventura inaugural é instigante e envolve o resgate de um chefe da
Resistência Francesa capturado pelos nazistas. Pode ser
encontrada na excelente coleção Marvel Essential, que publica volumosas coletâneas
de quadrinhos por um preço relativamente baixo (embora em preto e branco).
Edição da série "Marvel Essential". Reúne os números 1 a 23 de Nick Fury and his Howling Commandos, além da edição anual n°1 |
Com o tempo, o personagem foi se modificando até alcançar as
características que ficaram tão familiares para os leitores da minha
geração. As mudanças têm início quando
Fury sofre graves ferimentos ao final da guerra na Europa e recebe um
medicamento experimental que, além de curá-lo, prolonga sua vida. Com o passar do tempo, o herói vai trabalhar
no Office of Strategic Services, e
continua no mesmo órgão quando este se transforma na Central Inteligence Agency (CIA).
Devido ao sucesso de suas missões de espionagem na guerra da Coreia, o
sargento recebe uma promoção de combate e torna-se tenente. Com o tempo, chega a coronel e torna-se
diretor da S.H.I.E.L.D. – a fictícia agência do Universo Marvel. A sigla, em inglês, corresponde a Supreme Headquarters, International
Espionage, Law-Enforcement Division, depois modificada para Strategic Hazard Intervention Espionage
Logistics Directorate.
Quando a Marvel criou o universo Ultimate, com versões
modernizadas de seus personagens mais famosos, Nick Fury recebeu uma revisão
radical: em vez de um homem branco, grisalho e com a barba por fazer, surge um
homem negro, calvo e de cavanhaque, inspirado na aparência do ator Samuel L.
Jackson. Essa versão, mais moderna e
carismática, foi a escolhida para aparecer em diversos filmes da Marvel, interpretada
pelo próprio Jackson, que fez uma discreta aparição depois dos créditos finais
dos filmes Homem de Ferro (2008), Thor (2011) e Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), além de ter participações
maiores nos filmes Homem de Ferro 2 (2010)
e Os Vingadores (2012).
Surgiu, então, um problema: os filmes poderiam atrair muitos
leitores para as revistas Marvel, mas os novatos que comprassem as revistas da
cronologia principal (que excluem o universo Ultimate) possivelmente iriam estranhar um Nick Fury tão diferente
daquele do cinema. Como fazer para unificar
a aparência do personagem?
A solução foi criativa: surge o sargento Marcus Johnson, um Ranger do exército americano servindo no
Afeganistão que, no final das contas, era Nicholas Fury Jr. – filho do "original", e com o mesmo visual do Nick Fury do cinema e do universo Ultimate. O personagem é
apresentado ao público na minissérie Battle
Scars, lançada de janeiro a junho de 2012 nos Estados Unidos, e em janeiro
de 2013, no Brasil, em volume único (Avante,
Vingadores! 57).
É o caso do texto que inspira o filme que inspira o texto...
Fred, coloquei o link desse blog no meu. Essa evolução( ou seria involução) dos personagens´dá um nó na cabeça de qualquer leitor. Abraços
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