X-Men n° 1 Setembro de 1963 Capa de Jack Kirby e
Sol Brodsky
|
Na década de 1960, os leitores de quadrinhos foram apresentados
a personagens que ganharam superpoderes por causa de acidentes - como Peter
Parker (Homem-Aranha), Matt Murdock (Demolidor) e Bruce Banner (Hulk). Stan Lee, co-criador de todos esses
personagens, pensou então em criar heróis que já nasceram com superpoderes. Assim começa a emaranhada história dos X-Men.
A revista original (X-Men
n°1) foi lançada em setembro de 1963, fruto de mais uma parceria entre Stan
Lee e Jack Kirby, e teve histórias inéditas até o n°66. As edições de n° 67 (dezembro de 1970) ao n°
93 (junho de 1975) trouxeram reprises. Muitos anos depois (entre dezembro de 1999 e
setembro de 2001) o excelente John Byrne criou a série limitada The Hidden Years, contando o que estava
acontecendo à equipe durante aquele período.
Giant-Size X-Men n°1 Maio de 1975 Capa de Gil Kane, Dave Cockrum e Danny Crespi |
Voltemos à década de 1970.
Em maio de 1975 saiu Giant-Size X-Men #1, inaugurando uma nova fase, e um
jovem chamado Chris Claremont começou a escrever a partir da edição #94 (julho
de 1975). A expressão “Uncanny” começou
a ser utilizada na capa no n°114, e o título foi oficialmente adotado no
n°142. Todas as edições anteriores foram
retroativamente designadas Uncanny X-Men,
para fins de catálogo (e confusão de nossas cabeças).
Chris continuou
trabalhando na revista até o
n°279 (agosto de 1991). Foram cerca de 16 anos ininterruptos à frente do título,
fazendo com que o autor entrasse para o livro dos recordes. Dois meses depois, em outubro de 1991, foi
lançado um novo título chamado simplesmente X-Men
(sem interrupção do título tradicional, Uncanny
X-Men), com roteiros de Chris
Claremont e arte de Jim Lee. Chris saiu
após escrever os três primeiros números.
De 2001 a 2004, essa revista (X-Men)
passou a se chamar New X-Men e em
fevereiro de 2008, tornou-se X-Men: Legacy .
Claremont voltou ao universo dos X-Men em julho de 2001, com
X-Treme X-Men n°1. Ele escreveu todos os 36 números dessa nova
série, que perdurou até 2004. Entre 2012
e 2013, a série foi relançada com roteiros de Greg Pak.
Em julho de 2004, Chris Claremont voltou novamente a Uncanny X-Men, e continuou a escrever
até o n° 473 (agosto de 2006). O número final da revista foi o 544, de outubro
de 2011. Encerrava-se o chamado “Volume 1” do título.
De janeiro a dezembro de 2012, foi publicado o “Volume 2”, com roteiros de Kieron Gillen e, em janeiro
de 2013, Uncanny foi relançada como
parte da iniciativa Marvel NOW, e continua até hoje, em maio de 2014. É o chamado “Volume 3” da revista.
De todo esse material, o de Claremont chama atenção por
causa da longa relação entre o autor e os personagens – os quais ele soube
desenvolver e explorar como poucos. Foi
dessa fase que saíram alguns dos momentos mais marcantes dos X-Men, como os
ciclos de histórias que ficaram conhecidos como “A Saga da Fênix Negra”, “Dias
de Um Futuro Esquecido” (que agora foi adaptada para o cinema), e “A Queda dos
Mutantes”. Em contrapartida, surgiu uma dificuldade: as histórias foram
ficando tão complexas, tão cheias de idas e vindas, com tantas referências internas,
que corriam o risco de afastar novos leitores – ainda mais naqueles tempos sem
Internet, onde o máximo que alguém poderia fazer para se atualizar era tentar
comprar números anteriores numa loja de gibis (que até hoje são raras no
Brasil) ou perguntar aos amigos o que estava acontecendo.
Um exemplo que deixa marcas até hoje é a morte
de Jean Grey, a Garota Marvel, mostrada em X-Men 137 (dezembro de 1980). Alguns anos depois, surge uma sósia (na verdade, clone) da personagem: é Madelyne Prior (Uncanny X-Men 168, de abril de 1983). A própria Jean reaparece em Fantastic Four 286, de janeiro de 1986, onde ficamos sabendo que ela não havia morrido. Por fim, em New X-Men 150 (fevereiro de 2004), Jean morre de maneira definitiva - até o momento...
Essas reviravoltas são comuns quando se trata de X-Men - sendo que, 25 anos depois de Madelyne cruzar o caminho dos heróis mutantes pela primeira vez, ela aparentemente volta no n° 503 de Uncanny X-Men (dezembro de 2008), envolta em muita especulação do público quanto ao fato de ser a “verdadeira” personagem ou alguma outra entidade. Falar sobre Jean Grey e Madelyne Prior para alguém que esteja começando agora a ler quadrinhos pode levar tempo.
Essas reviravoltas são comuns quando se trata de X-Men - sendo que, 25 anos depois de Madelyne cruzar o caminho dos heróis mutantes pela primeira vez, ela aparentemente volta no n° 503 de Uncanny X-Men (dezembro de 2008), envolta em muita especulação do público quanto ao fato de ser a “verdadeira” personagem ou alguma outra entidade. Falar sobre Jean Grey e Madelyne Prior para alguém que esteja começando agora a ler quadrinhos pode levar tempo.
Outro exemplo interessante: em 1986 surgiu o título X-Factor, com uma equipe formada pelos
X-Men originais (Fera, Anjo, Homem de Gelo, Cíclope e Garota Marvel), que foi
agregando outros personagens. E, em
2005, foi lançado um novo X-Factor,
que agora era uma espécie de agência de detetives mutantes, com personagens
diferentes.
É por essas e por outras que a leitura de gibis é um hobby,
mais do que a simples atividade de ler.
É como acompanhar os jogos de um time, as trocas de técnicos e
jogadores, a atuação dos árbitros e sem perder de vista o plano geral do
campeonato.
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