Em 1966, foi lançada a série de TV Batman, com Adam West e Burt Ward.
As crianças adoraram, enquanto que alguns fãs mais velhos do personagem ficaram
revoltados com o tratamento cômico dado ao seu herói. Hoje, o antigo seriado é um clássico, amado
de forma quase unânime.
O lançamento de Batman
na TV detonou uma onda de batmania.
Falava-se que era a época dos três “B”s: Bond (007), Beatles e Batman.
Enquanto os quadrinhos originais eram traduzidos em diversos países, o Japão
foi mais longe: obteve uma licença para produzir histórias originais, escritas
em desenhadas especialmente para o público japonês. Os
quadrinhos foram publicados de abril de 1966 a Maio de 1967 na revista Shōnen
King, com roteiro e arte de Jiro Kuwata. O assunto ficou esquecido desde então.
Décadas depois, o designer e escritor Chipp Kidd conheceu o
colecionador Saul Ferris, que possui uma grande coleção de objetos do Batman
não produzidos nos EUA, incluindo os mangás de Jiro Kuwata. Vendo aquele material inusitado, Kidd
consultou a DC Comics a respeito da possibilidade de lançá-lo em livro. A editora nem tinha mais registros do
licenciamento para o Japão, mas autorizou o lançamento.
A produção do livro é bem interessante: os mangás são
apresentados com resolução fotográfica, mostrando a cor e a textura
originais. Além disso, há fotos de
vários objetos de Batman produzidos no Japão – todos da coleção de Saul Ferris –
tais como bonecos, máscaras e veículos.
Os desenhos de Jiro Kuwata não são no estilo tipicamente
associado ao mangá, mas também não são no estilo ocidental: consistem em um
cruzamento de estéticas e referências.
Só nos resta agradecer a Chipp Kidd, pela iniciativa e pelo
design; a Geoff Spear, pelas fotografias; e a Saul Ferris, por seu zelo de
colecionador.
O meu exemplar já está aqui, na minha biblioteca.