Os colecionadores são uma espécie bem interessante e cheia
de manias. No campo da música, discutem
quais seriam os melhores discos de todos os tempos: o melhor saxofonista, a
melhor cantora, a melhor primeira faixa...
No campo dos quadrinhos, discutem-se os melhores gibis. Mas o que seriam “os melhores”? Se pensarmos nos mais importantes para a
história da mídia dos quadrinhos, poderíamos falar na Action Comics n°1
(junho de 1938), que contém a primeira aparição do Superman e, de certa forma,
foi a “mãe” de todas as revistas de super-heróis. Sem o surgimento e o sucesso desse
personagem, o panorama dos quadrinhos poderia ter sido diferente. Uma muito marcante foi a Amazing Fantasy n°15 (agosto de 1962), com a primeira aparição do Homem-Aranha.
A minissérie Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons,
publicada em 12 edições entre 1986 e 1987, traz duas gerações de personagens
complexos envolvidos numa trama complicada (e repleta de enredos secundários), ambientada
numa história alternativa do mundo onde os EUA haviam vencido a Guerra do
Vietnã e era iminente uma guerra nuclear global. Watchmen foi a obra definitiva que
transformou os quadrinhos em divertimento para adultos.
Mais ou menos na mesma época, saiu outra minissérie que
redefiniu a forma de pensar em super-heróis: O Cavaleiro das Trevas (The
Dark Knight Returns), de Frank Miller, publicada de fevereiro a junho de
1986. Batman, mais velho e afastado do
combate ao crime, decide voltar à ação. É
uma obra-prima dos quadrinhos, que continua sempre atual e merece ser lida
várias vezes.
Um bom critério para selecionar uma revista como relevante é
verificar se a publicação reúne elementos importantes de um personagem e serve
como apresentação a novos leitores. Eu
gosto muito de Batman n° 251 (Setembro, 1970), que pode ser encontrada no
Volume 3 da compilação “Batman ilustrated by Neal Adams”, que reúne os
trabalhos desse grande desenhista em sua passagem pelos títulos do morcego. O n°251 reúne uma capa icônica, um inimigo
clássico (o Coringa), e o tradicional elemento de “herói preso numa
armadilha”. Além de tudo, mostra que
Batman não é infalível. Embora a
história seja um pouco ingênua para os padrões atuais, contém todos os
elementos de um clássico dos quadrinhos.
Ficam aqui algumas dicas para os iniciantes. Todo esse material é bastante fácil de se
conseguir pela Internet, em sebos e lojas de quadrinhos.
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